Jesus Cristo resumiu toda a lei Judaica em duas asserções fundamentais, “amar a Deus” e “amar ao próximo”.
Trata-se da síntese do verdadeiro propósito do ser humano: viver em relação com o Seu Deus e com o seu próximo.
Todavia, quando lemos o texto de Marcos 12:28-31, omitimos a primeira parte: “ Ouve Israel. O Senhor nosso Deus é o único Senhor. Amarás (…).”
Amamos quem “ouvimos”, quem conhecemos, a pessoa a quem temos relação!
Amar sem conhecer é difícil, vazio e sem sentido. Antes de pensarmos em amar, temos que pensar que temos que estar na posição de ouvir, isto é, na Presença de Deus. Viver ma Presença é a única forma de conseguirmos amar a Deus de todo o teu coração, alma, entendimento e forças e aos nossos semelhantes como nos amamos a nós próprios. Para ouvir, conhecer e amar a Deus é preciso passar tempo com Ele. Só pela intimidade e comunhão vem a Presença e Amor.
Este foi o dilema do povo de Israel e é ainda o dilema dos cristãos actuais: querer a bênção de Deus sem ouvi-lo, sem a Presença! Quando Deus, através de Moisés, propôs ao povo que ouvissem a Sua Voz, o povo receou morrer e preferiu ouvi-lo por intermédio de um mediador Moisés (Ex. 20:19). Deus acrescenta que em Ouvi-lo (no sentido de escutar e obedecer) está a bênção (Dt. 1:26).
Também nós, Igreja, preferimos muitas vezes viver longe da Sua Presença, porque receamos morrer para nós mesmos (nossas razões, nossos desejos etc.). Falta-nos Ouvir a Sua Palavra na Sua Presença, em intimidade. Mais do que ouvir a Palavra através de um pregador, Deus chama-nos ao “lugar secreto”, à oração a sós com Ele (MT 6:6).
O maior dilema da Igreja do século XXI é pagar a “ministros” que O ouçam, para que não se tenha que estar na sua Presença! Sabemos a Verdade, mas Viver a Verdade só é possível quando vivemos na Presença íntima do Pai. Como um bebé que precisa de se relacionar de modo íntimo e afectuoso com os pais, em palavras e afectos, para que se desenvolva saudavelmente, também nós precisamos deste contacto chegado para vivermos vidas completas.
Deus lamenta ter um povo que não conhece a sua Voz (Is. 1) e, por isso, convida-nos a chegarmo-nos a Ele, a Ouvirmo-Lo na intimidade, a falarmos com Ele a sós e sem receios. É o seu maior prazer: ter um povo que o Ouve, que Vive próximo, que O Ama! E acrescenta: “Se quiserdes, e me ouvirdes, comereis o bem desta terra” (Is. 1:19).
Nesta Conferência estaremos a partilhar sobre a importância da Presença. Vem para um tempo que acreditamos ser inesquecível e marcante na tua vida”
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